domingo, 12 de julho de 2009

Depois de mais ou menos vinte minutos andando eu pude avistar uma pessoa se aproximando de mim, estava vindo na direção contrária. Até que enfim uma alma! Eu apertei o ritmo de meus passos e fui de encontro a pessoa, que pude perceber que tinha.. vamos dizer, uma idade avançada.
- Senhor ? - eu esperava que ele olhasse pra mim, mais ele pareceu não escutar -
- Senhor? - então eu repeti. Ele ainda não tinha me olhado, então eu disse pela terceira vez:
- SENHOR? - disse num tom alto e um pouco arrogante, e o senhor finalmente olhou para mim, com uma cara de assustado. Eu parei de frente pra ele, o que o obrigou a parar de andar também. E por fim ele retrucou -
- Sim? - O senhor sabe onde fica a rua St Paul? St Paul Broowie?
- Ah sim, meu neto mora nela - fiquei esperando por resposta -
- Tudo bem, mais onde ela fica?-
- Ela fica na quadra 69 - disse ele apontando para frente -
- Obrigada - eu sorri em agradecimento ao homem e voltei a andar.
Pude ver uma placa em uma esquina mais ainda estava longe de mais pra enxergá-la. Continuei andando observando a placa, quando estava próxima pude ver o que continha nela: "Travessa 17 com 45, Rua Canion Louver – quadra 17".
Oque? Quadra 69? Mais eu ainda estou na 17! Aaaaaarg, mais 52 quadras a frente, ninguém merece! Nesse projeto de cidade não tem táxi não? Droga!
Enquanto eu andava e observava o que tinha ao meu redor eu senti algo em minha perna, uma coisa peluda, e ao que me parecia pelos não muito longos. Eu tava com medo de olhar, não tinha noção do que era, mas respirei fundo e olhei para baixo.
- Aaaaaaaaaaaaaaaaaaah - eu dei um salto baixo e recuei uns passos para tráz. O cachorro se assustou com meu grito e se afastou de mim.
Ele era nojento. Não tinha um grande tamanho, mais não era pequeno. Era preto e tinha alguns pelos manchados de marrom. Parecia inofensivo, mais nojento de qualquer forma.
Eu me aproximei do cachorrinho e me agaixei, fiquei olhando para ele.
- Oi coisinha - eu pus uma de minhas mãos em sua cabeça e comecei a acariciá-la.
Em menos de um minuto eu me levantei e vontei a caminhar. Eu ouvi um latido e logo imaginei que o cachorro fosse me seguir
. Ótimo, pelo menos uma compahia. Olhei para traz esperando por ele, mas me surpreendi quando o vi ao meu lado.
Voltei a caminhar e como eu ja esperava o cachorrinho estava me acompanhando. Ele era nojento sabe? mais ele me parece tão carente, tão inofensivo que eu gostei dele.
Minha mãe nunca me deixou ter um cão, ela diz que eles dão muito trabalho, fazem muito cocô, e dão muitos gastos. Mas sempre tivemos dinheiro, essa desculpa nunca colou. Deve ser trauma de infância dela, sei la.
Percebi que o tempo passava mais rápido. Enquanto eu andava eu ia brincando com o cachorrinho..
As quadras foram passando... 21.. 28.. 32.. 38.. 45.. 49..53..57..64..
Só mais um pouco Lilly, mais 5 quadras...
Eu corria pela rua com o cachorrinho para me destrair e assim chegar mais rápido a minha nova casa. Agora tinham poucas quadras, o que significa que a minha é uma das últimas.
Cheguei a quadra 68. Parei um pouco e comecei a acariciar o cachorro. Depois de um tempo no qual eu ja estava descansada voltei a andar. Faltava pouco, apenas mais uma quadra.
Eu ja conseguia enxergar a placa que dizia o nome da rua. Abri um sorriso quando cheguei mais perto e pude ler " Travessa St Paul Broowie - quadra 69 "
Aqui estou eu, na bendita St Paul Broowie.
Comecei a andar pela rua com um largo sorriso no rosto. Eu olhava para aos prédios tentando achar o meu. Eles não eram muito altos, tinham oito andares no máximo. Hum.. prédio três. É esse. Ele era branco com umas partes erva-doce. Era bonitinho até. Tinha sete andares.
Eu olhei para a guarita proucurando pelo porteiro. Ele abriu uma janelinha que tinha ali e me olhou com uma feição agradável.
- Lillian Humphrey Adams ?
- Exato.
Ele abriu o portão para mim, eu subi alguns degraus e me encontrei em frente a porta da guarita.
Ele não era novo, o cabelo era grisalho e ele tinha uma barba esquisita, tinha uma "pança de chop", mais ele parecia ser legal.
- Suas malas já chegaram moça - ele saiu da guarita com minhas malas e as colocou no chão -
- Ah, obrigada - eu sorri pra ele e segurei na alça de duas malas, ergui elas e tentei lembrar o numero de meu apartamento.

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