sexta-feira, 24 de julho de 2009

- Deixe que eu te ajude - ele disse de uma forma tão simpática que eu senti que ele queria mesmo ajudar, então soltei minhas malas, e segurei novamente a alça de apenas uma mala -
- Obrigada
- Qual o seu apartamento? - ele estava parado em minha frente com as malas na mão. Eu olhei para o lado tentando me lembrar do numero de meu apartamento, sem resultado.
- Deve ser o apartamento dos jovens.. - disse ele com confiança e andando em direção a uma porta.
A porta era de vidro e estava escrito E P U R R E, devia ter caído um adesivo, ja que as letras eram um tipo de adesivo - era o que parecia - , ele empurrou a porta e a segurou com o pé para que eu pudesse entrar. Devia ser o terréo ali, tinham dois sofás bege e uma mesinha no centro. Na mesinha tinha um vaso com umas flores lindas, na verdade só tinham duas flores, mais ainda assim eram lindas.
O porteiro apertou o botão para que o elevador descesse. Enquanto o elevador não chegava eu olhava ao meu redor. Não tinha nada. N-A-D-A. A não ser os sofas e a mesinha, e claro sem esquecer as flores.
Quando o elevador chegou eu esperei que o porteiro entrasse nele primeiro, e acho que ele esperava a mesma coisa pois os dois ficaram parados olhando um pra cara do outro. Eu não aguentava mais olhar para aquela cara feia dele, então entrei no elevador e encostei minhas costas em uma das "paredes" daquela coisa velha. Ele apertou o numero 5 no elevador, devia ser o numero do andar, devia não, é obivio que era o meu andar.
Eu fitava ao redor, estava um silêncio absoluto. Eu então decide quebrá-lo.
- Então.. ja tem alguém no apartamento?
- Não, mais estão pra chegar - a porta do elevador se abriu, estávamos no 5º andar. Eu sai do elevador logo após o velho. Ele deixou as malas em frente a porta, e olhou para mim.
- Aqui está a sua chave - disse ele tirando uma chave com um chaveiro brega do bolso -
- Ah, obrigada - eu sorri e peguei a chave.
- Tenho que voltar para o portaria, te vejo mais tarde - ele saiu em direção ao elevador e saiu.
Tinha apenas um apartamento na frente do meu. A porta do meu apartamento era escuro e tinha um 5 bem grande alguns palmos abaixo do topo da porta.
Eu girei a chave na porta e ouvi um creck. Virei a maçaneta e entrei, fiquei olhando o apartamento.

domingo, 12 de julho de 2009

Depois de mais ou menos vinte minutos andando eu pude avistar uma pessoa se aproximando de mim, estava vindo na direção contrária. Até que enfim uma alma! Eu apertei o ritmo de meus passos e fui de encontro a pessoa, que pude perceber que tinha.. vamos dizer, uma idade avançada.
- Senhor ? - eu esperava que ele olhasse pra mim, mais ele pareceu não escutar -
- Senhor? - então eu repeti. Ele ainda não tinha me olhado, então eu disse pela terceira vez:
- SENHOR? - disse num tom alto e um pouco arrogante, e o senhor finalmente olhou para mim, com uma cara de assustado. Eu parei de frente pra ele, o que o obrigou a parar de andar também. E por fim ele retrucou -
- Sim? - O senhor sabe onde fica a rua St Paul? St Paul Broowie?
- Ah sim, meu neto mora nela - fiquei esperando por resposta -
- Tudo bem, mais onde ela fica?-
- Ela fica na quadra 69 - disse ele apontando para frente -
- Obrigada - eu sorri em agradecimento ao homem e voltei a andar.
Pude ver uma placa em uma esquina mais ainda estava longe de mais pra enxergá-la. Continuei andando observando a placa, quando estava próxima pude ver o que continha nela: "Travessa 17 com 45, Rua Canion Louver – quadra 17".
Oque? Quadra 69? Mais eu ainda estou na 17! Aaaaaarg, mais 52 quadras a frente, ninguém merece! Nesse projeto de cidade não tem táxi não? Droga!
Enquanto eu andava e observava o que tinha ao meu redor eu senti algo em minha perna, uma coisa peluda, e ao que me parecia pelos não muito longos. Eu tava com medo de olhar, não tinha noção do que era, mas respirei fundo e olhei para baixo.
- Aaaaaaaaaaaaaaaaaaah - eu dei um salto baixo e recuei uns passos para tráz. O cachorro se assustou com meu grito e se afastou de mim.
Ele era nojento. Não tinha um grande tamanho, mais não era pequeno. Era preto e tinha alguns pelos manchados de marrom. Parecia inofensivo, mais nojento de qualquer forma.
Eu me aproximei do cachorrinho e me agaixei, fiquei olhando para ele.
- Oi coisinha - eu pus uma de minhas mãos em sua cabeça e comecei a acariciá-la.
Em menos de um minuto eu me levantei e vontei a caminhar. Eu ouvi um latido e logo imaginei que o cachorro fosse me seguir
. Ótimo, pelo menos uma compahia. Olhei para traz esperando por ele, mas me surpreendi quando o vi ao meu lado.
Voltei a caminhar e como eu ja esperava o cachorrinho estava me acompanhando. Ele era nojento sabe? mais ele me parece tão carente, tão inofensivo que eu gostei dele.
Minha mãe nunca me deixou ter um cão, ela diz que eles dão muito trabalho, fazem muito cocô, e dão muitos gastos. Mas sempre tivemos dinheiro, essa desculpa nunca colou. Deve ser trauma de infância dela, sei la.
Percebi que o tempo passava mais rápido. Enquanto eu andava eu ia brincando com o cachorrinho..
As quadras foram passando... 21.. 28.. 32.. 38.. 45.. 49..53..57..64..
Só mais um pouco Lilly, mais 5 quadras...
Eu corria pela rua com o cachorrinho para me destrair e assim chegar mais rápido a minha nova casa. Agora tinham poucas quadras, o que significa que a minha é uma das últimas.
Cheguei a quadra 68. Parei um pouco e comecei a acariciar o cachorro. Depois de um tempo no qual eu ja estava descansada voltei a andar. Faltava pouco, apenas mais uma quadra.
Eu ja conseguia enxergar a placa que dizia o nome da rua. Abri um sorriso quando cheguei mais perto e pude ler " Travessa St Paul Broowie - quadra 69 "
Aqui estou eu, na bendita St Paul Broowie.
Comecei a andar pela rua com um largo sorriso no rosto. Eu olhava para aos prédios tentando achar o meu. Eles não eram muito altos, tinham oito andares no máximo. Hum.. prédio três. É esse. Ele era branco com umas partes erva-doce. Era bonitinho até. Tinha sete andares.
Eu olhei para a guarita proucurando pelo porteiro. Ele abriu uma janelinha que tinha ali e me olhou com uma feição agradável.
- Lillian Humphrey Adams ?
- Exato.
Ele abriu o portão para mim, eu subi alguns degraus e me encontrei em frente a porta da guarita.
Ele não era novo, o cabelo era grisalho e ele tinha uma barba esquisita, tinha uma "pança de chop", mais ele parecia ser legal.
- Suas malas já chegaram moça - ele saiu da guarita com minhas malas e as colocou no chão -
- Ah, obrigada - eu sorri pra ele e segurei na alça de duas malas, ergui elas e tentei lembrar o numero de meu apartamento.

sexta-feira, 3 de julho de 2009




02. Travessa 17 com 45, R. St. Paul Boowie


Era uma rua escura e bem extensa. Havia prédios altos, muitos prédios, eram feios, mais eles tinha uma certa elegância. Pareciam ser bem antigo, a pintura ja estava desgastada. Havia poucas casas, entre dez construções, sete eram prédios. Andei um pouco, observando as construções.
A maioria dos prédios continha um tapete na entrada escrito " welcome " e o número bem visível.
As casas daqui tem o telhado na forma de "V" de cabeça pra baixo. A casa em si tem a forma de um médio e perfeito quadrado, parece ser pequena por dentro.
Parei em um esquina e olhei para os meus dois lados, mais expecificamente para o chão ao meu lado. Percebi que não tinha nenhuma mala ao meu redor. cadê minhas malas? Eu estava espantada até me lembrar que o lindo e gentil Joe as mandou direto pro meu apartamento. Mas onde é o meu apartamento? Coçei a cabeça, respirei fundo e pensei. Ah claro, o papel. Proucurei em minha bolsa o pequeno papel que tinha o endereço escrito nele. Rua St Paul Boowie, Travessa 17 com 45 - Bellingham. Ok, ja estou em Bellingham e me encontro na 17 com 45, agora basta achar a bendita St Paul.
Percebi que estava parada a um bom tempo e voltei a andar. A rua era estranha, e tinha uma placa em uma esquina onde estava escrito " Travessa 17 com 45, Rua Boulevard F, Quadra 08 de 74 " . Bom.. significa que estou na quadra 08, e que tem mais ... 74 menos 08 é.. Isso! 66 quadras a frente. Ótimo eu não sei qual a minha quadra, e nessa rua de merda não tem ser algum, a não ser um cachorro que não para de me seguir. Calma Lilly, não é hora de se estressar.. é só andar e andar, uma hora vai ter que chegar a St Paul.